O espaço é produzido por orientações
humanas que se inter-relaciona com o natural, o transformando. Assim, as
relações entre os seres humanos e a natureza se consolidam no espaço. Logo, a
visibilidade e a dizibilidade articulam o espaço e o enuncia. Paralelamente, há
a produção das práticas discursivas e não discursivas que recortam e produzem
os espaços. Por conseguinte, o procedimento historiográfico busca o
entendimento da História Regional, no qual o Espaço é visto como espaço
geográfico ou espaço de produção, onde esta área do conhecimento faz uma
análise ostensiva à reprodução regional. Em decorrência, a História Regional
torna-se um produto das forças políticas que a cerca, na qual o campo
historiográfico está recortado por relações de poder que demarcam o discurso
historiográfico. Some-se a isto, que os historiadores ligados à História
Regional aceitam os ditames dos lugares hierarquicamente diferenciados no campo
historiográfico. Portanto, para
correlacionarmos História e Espaço devemos utilizar diversas fontes,
desde o discurso acadêmico até publicações em jornais, buscando entender as
relações de poder presentes nesta perspectiva, onde o natural fica em segundo
plano na perspectiva cultural.Dessa forma, vimos e falamos sobre a Região,
percebendo a sua materialidade, como identidade, pois os autores que buscam o
seu entendimento são grandes emissores de signos, que deram textos e imagens à
região. Então, há uma variada rede de relações que atravessam o social; onde os
documentos são desieraquizados, ou seja, não há tom de mais importante de um em
relação ao outro, porque as transformações históricas que possibilitam a idéia
de Região, logo o olhar sobre o espaço passa pelas marcas do saber histórico,
rompendo com a antiga dualidade natural/geográfico.
domingo, 16 de fevereiro de 2014
ARTIGO 1 ANALISE SOBRE O ESPAÇO, ENQUANTO LUGAR DE APROPRIAÇÕES DE PRÁTICAS CULTURAIS
A História está diretamente
relacionada ao espaço. Logo, qualquer acontecimento histórico ocorre no Espaço.
Assim, o Espaço passa por atos de apropriação e desapropriação ao longo da
História. Em decorrência, o espaço torna-se vital nas relações sociais,
documento elencado tanto através de sua visibilidade quanto dizibilidade.
Paralelamente, é uma construção material diretamente ligada aos suportes
conceituais, sejam eles, espaço, território, lugar, paisagem, correlacionado as
suas dimensões históricas através das mais diversas ações. Neste sentido, o
espaço ultrapassa os conceitos de disciplinas específicas, ligando as mais
diversas áreas do conhecimento. Por conseguinte, os homens constroem e reconstrói
infinitivamente o espaço e os fatores naturais reafirmam a presença humana
sobre os mesmos. Além disso, a produção histórica dos espaços passa ao clivo da
ciência histórica com objetividade e clareza, onde os processos históricos de
apropriação e uso do solo são pensados sob o enfoque historiográfico atual.
Também, há entendimentos dos conceitos de história e Espaço dando ênfase a uma
história política e cultural das espacialidades, nos quais as identidades
espaciais, sejam elas nacionais, regionais, locais, entre outros, possam ser
pensados com objetos historiográficos. Vale salientar que pensar o espaço a luz
da História e se debruçar sobre todas as relações sociais aí presentes, sejam
públicos ou privados, elecando todos os movimentos presentes nestes locais, ou
seja, os movimentos estéticos, literários, culturais e suas percepções
espaciais. Enfim, como afirma Certeau,
o espaço é um lugar praticado, isto é, é um lugar que existe com marcas
humanas, fugindo do próprio conceito natural para atingir o cultural, não algo
estático, mas algo agitado, demarcado pelo movimento humano que o constrói e reconstrói
constantemente ao longo da história.
FONTE:
CERTEAU, Michel de. A Invenção do Cotidiano. I.
Petrópolis: Vozes, 1994. “Práticas de espaço”, p. 169-220.
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