Condições da arte
sacra
A arte sacra leva consigo uma série de
características que é necessário reconhecer e compreender profundamente. Por
exemplo, um quadro pode provocar um sentimento religioso, mas pode não ser
adequado que se celebre a Santa Missa perante ele. Se os elementos que
compõem a obra artística, ainda que dominados por um sentimento religioso, não
estão espiritualizados em grau suficiente, se centram a atenção em demasia em
um elemento sensível, puramente estético, sem elevar-se a um plano espiritual,
que ajude a alguém a colocar-se diante de Deus, não deve ser tratado como arte
sacra, mas sim no âmbito mais geral da arte religiosa.
Não é suficiente que a subordinação
seja somente ante o tema, porque, por exemplo, o Nascimento do Senhor pode ser
considerado atraente em parte sob o seu aspecto de simplicidade, ternura, etc.,
mas sua representação não será arte religiosa e muito menos arte sacra se não
tem por intenção refletir o mistério divino que ali se manifesta, e se não
eleva o espírito daqueles que o contemplam.
A arte sacra, em suma, não só deve
servir à Liturgia e respeitar os fins especificamente litúrgicos - ainda que
mantendo-se fiel às suas exigências naturais como arte -, mas ademais deve
expressar e favorecer à sua maneira esses fins, dirigindo a essa finalidade o
prazer estético que, por sua natureza, à mesma arte lhe cabe produzir. Por
isto, se o artista, além de o ser autenticamente, não está vitalmente penetrado
da religiosidade geral e ao mesmo tempo da religiosidade litúrgica, não poderá
produzir um obra autêntica de arte sacra.
Disto se pode deduzir uma série de
conseqüências. A arte sacra é necessário que seja compreensível, quer dizer,
que sirva de ensinamento, porque é uma "teologia
em imagens". Deve representar as verdades da fé, não de um modo
arbitrário, mas de exposição do dogma cristão com a maior fidelidade possível e
com sentimentos autenticamente piedosos.
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