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quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Merenda escolar proibida para professores?

Merenda escolar proibida para professores?
Angela Maieski

http://www.cpers15nucleo.com.br/index.php?id=art750
Professores de escolas públicas, municipais e estaduais, recebem diferentes orientações sobre a merenda. Alguns são proibidos de servir-se de qualquer porção, sob a alegação que recebem vale alimentação – que em tese é destinada para a refeição principal do dia, se bem que o valor do vale nem sempre cobre o custo de uma refeição a quilo e um suco – outros não podem comer a alimentação que é servida aos alunos, a não ser que permaneçam na sala de aula.
A merenda não é refeição principal, mas um lanche, mesmo que em algumas comunidades substitua com vantagens a primeira, muitas vezes ausente nos lares ou substituída por qualquer fast food – e não dispenso o termo em inglês pela amplitude e familiaridade que ele carrega – e facilmente encontrado em qualquer bairro.
Algumas escolas possuem refeitório apropriado, outras utilizam a própria sala de aula, sendo o alimento distribuído pelo professor, que serve uma quantidade adequada, de forma a que cada aluno possa fazer sua refeição nos minutos destinados para tal. Após todos receberem sua porção, muitos voltam para a repetição. Dependendo do cardápio e da turma, não há sobra, nem de alimento, nem de tempo para o professor se servir de uma porção. Em outras, sobram ambos.
Uma orientação, que não proíbe mas coíbe, diz que a alimentação escolar é considerada uma ação pedagógica e portanto, os professores podem consumir, desde que no mesmo local e junto com os alunos. A sobra de outra turma não poderá ser consumida pelos professores daquelas turmas que “raparam o tacho”? Os professores garçons terão que ficar nos corredos ou no pátio, ao lado dos alunos, comendo a sobra, que se não for consumida, irá para o lixo? A orientação diz que “não poderão comer na sala de professores e nem levar comida para esse local”, tratando de forma desigual o professor que está na escola fazendo sua hora atividade ou ela não é considerada ação pedagógica? Senhores deputados e senadores, criem logo uma Lei proibindo a alimentação escolar como ação pedagógica e aproveitem para proibir o funcionamento de escolas sem refeitório, sem área coberta para esportes, sem bibliotecas, sem laboratórios de informática, sem professores…
Se há alunos cujos pais têm renda muito superior a dos professores e com o mesmo direito de estudar em escola pública, há professores que acordam às 5 horas da manhã, para estar em sala de aula no horário de início. Há professores que entre um turno e outro, entre uma escola e outra, mal tem tempo de se deslocar, mas tudo isso é parte da profissão que remunera bem mal e exige sacrifício. Professor já está acostumado a viver de pastel de vento , pago com seu vale- pastel e torcendo por um lugar no céu.

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