Durante muito tempo os únicos ensaios
que tornaram conhecido o cálculo de Newton foram os seguintes:
De analysi per aequationes numero
terminorum infinitas tratado enviado em 1669 por Barrow à Royal Society em nome
de "um amigo meu daqui que tem uma certa qualidade para tratar este
assunto." O tratado circulou em forma de manuscrito por diversos membros
da Royal Society. Planos de uma breve publicação foram apenas realizados em
1711.
Methodus fluxionum et serium
infinitarum tratado sobre fluxões, escrito em 1671 que não foi publicado
durante a vida de Newton. Só em 1736/7 surgiu uma tradução em inglês.
Tratados de quadratura curvarum
tratado sobre quadratura de curvas escrito em 1693 mas publicado em 1704 como
apêndice à Óptica de Newton.
Principia continha muitas passagens
relevantes expostas na forma geométrica em 1687.
Newton, que guardava para si as suas
extraordinárias descobertas, foi convencido por Halley (1656-1742) a dá-las a
conhecer. Halley responsabilizou-se por tudo o que estava relacionado com a
publicação dos trabalhos do seu amigo, nomeadamente, pelas despesas de tal
processo. A publicação do livro III do Principia deu-se apenas pelo fato de
Newton ter sido alertado por Halley que, se tal não acontecesse, os anteriores
volumes não eram vendidos e, como tal, ele ficaria arruinado financeiramente.
Os contemporâneos de Newton
reconheceram a magnitude dos Principia, ainda que, apenas alguns conseguissem
acompanhar os raciocínios nele expostos. Rapidamente, o sistema newtoniano foi
ensinado em Cambridge (1699) e Oxford (1704).
Em França, a penetração das ideias de
Newton não foi tão rápida. Mas é em França, passado meio século, que Newton
encontra o seu maior sucessor, Laplace (1749-1827) que vai atribuir a si
próprio a tarefa de continuar e aperfeiçoar os Principia.
Após ter escrito os Principia, Newton
parece sentir-se saturado com a "Philophia naturalis" e vai ocupar-se
de outros assuntos. Em Janeiro de 1689, é eleito para representar a
universidade na convenção parlamentar onde se mantém até à sua dissolução em
Fevereiro de 1690. Durante esses dois anos viveu em Londres onde fez novas
amizades com pessoas influentes incluindo John Locke (1632-1704).
No Outono de 1692 Newton adoece
seriamente. A aversão à comida e as insónias persistentes que lhe tinham
permitido escrever os Principia conduzem-no para perto do colapso total.
Newton recupera a saúde em finais de 1693 para regozijo dos seus amigos,
incluindo aquele que mais tarde se tornaria o seu maior inimigo, Leibinz
(1646-1716).
Com efeito, no ano da
sua recuperação, Newton toma conhecimento que o cálculo se estava a tornar
conhecido no Continente e que era atribuído a Leibniz. A principio, as relações
entre Newton e Leibniz eram cordiais como mostra a correspondência entre estes
dois grandes homens. Newton reconhecia os méritos de Leibniz e Leibniz os de
Newton e em nenhum momento algum deles teria tido a mínima suspeita que algum
tivesse roubado ao outro qualquer ideia do cálculo. Mais tarde, por volta de
1712, quando até o comum cidadão inglês tinha já a vaga ideia que Newton tinha
construído algo de monumental, a questão de quem tinha inventado o cálculo
torna-se uma questão de orgulho nacional. A Inglaterra vai cerrar hostes em
torno de Newton e acusar Leibniz de ser um ladrão e um mentiroso. Leibniz e os
seus apoiantes vão responder do mesmo modo. Assim se inicia a célebre
controvérsia Newton-Leibniz sobre a invenção do cálculo, controvérsia que vai
desgostar Newton e que vai ter como grave consequência a estagnação das matemáticas
na Inglaterra durante cerca de um século. Em França e na Suíça os seguidores de
Leibniz, munidos de uma melhor notação para o cálculo, vão desenvolvê-lo e
simplicá-lo.
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