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sábado, 26 de janeiro de 2013

Niéde Guidon vai mostrar situação da Serra da Capivara para Dilma Rousseff


Niéde Guidon vai mostrar situação da Serra da Capivara para Dilma Rousseff
03 Mar de 2012 - 12:44


Pesquisadora pretende explicar a importância da região piauiense e a responsabilidade do país em manter o parque

A arqueóloga paulista Niéde Guidon, que dedica sua vida aos trabalhos científicos no Piauí desde o início da década de 1970, vai ser recebida pela presidente Dilma Rousseff, em Brasília, nas próximas semanas. A data do encontro depende da agenda da presidente, no entanto, um grupo de parlamentares, entre senadores e deputados federais, já está em contato direto com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, para que a audiência aconteça o mais breve possível.

Niéde Guidon, que completa 79 anos nos próximos dias, diz que chegou ao limite de sua energia para correr atrás de recursos para manter a estrutura de primeira linha implantada no Parque Nacional Serra da Capivara, que foi declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco. O problema é que a Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham), entidade científica criada em 1988 para ajudar na administração da reserva ambiental não dispõe de recursos para cobrir as despesas do parque, que deveriam ser mantidas pelo governo federal através do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio.

FONTE:

COMPONENTES DA CULTURA IMATERIAL


Saberes e Modos de Fazer
Atividades desenvolvidas por atores sociais (especialistas) reconhecidos como conhecedores de técnicas e de matérias-primas que indiquem um grupo social ou uma localidade. Esse item refere-se à produção de objetos e à prestação de serviços que tenham sentidos práticos ou rituais, indistintamente. (Inventário Nacional de Referências Culturais)
O conteúdo está dividido nas seguintes categorias :
1 - Plantas Medicinais
 
2 - Remédios Caseiros
 
3 - Artesanato
 3.1 - Técnica da Cerâmica
 3.2 - Técnica : Trançado de Caroá - Surrão
 3.3 - Técnica : Trançado de Cipó
 3.4 - Técnica : Trançado de Palha
 3.5 - Técnica da Arapuca
 3.6 - Técnica da Tinta
 3.7 - Técnica da Dicuada
 3.8 - Técnica do Sabão Caseiro (Fato de Porco, Bilro e Pinhão)
 
 
4 - Culinária
 4.1 - Preparo do Beiju
 4.2 - Umbuzada e Esteira de Umbu
 
5 - Processamento da Mandioca
 
6 - Processamento do Mel

O QUE SIGNIFICA O TERMO CULTURA IMATERIAL?




Conceito
A Unesco conceitua Patrimônio Cultural Imaterial como as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas e também os instrumentos, objetos, artefatos e lugares que lhes são associados e as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos que se reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural.
A consciência de que o patrimônio cultural brasileiro é extremamente diversificado, e de que muitas de suas expressões são de natureza imaterial, já estava presente nas obras de Mário de Andrade e Luis da Câmara Cascudo. Faltava o instrumento legal que formalizasse o reconhecimento e adequada preservação desses valores. (
Cf.Registro do Patrimônio imaterial, 2000).
A Constituição Federal de 1988 foi o primeiro instrumento legal a trazer em pauta as formas de tratamento dos bens de natureza material e imaterial:
“Art 216 Constituem Patrimônio Cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente e em conjunto, portadores de referencia à identidade, à ação e à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais incluem:
I- as formas de expressão;
II- os modos de criar, viver e fazer;
III- as criações cientificas, artísticas e tecnológicas;
IV- as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados as manifestações artístico-culturais;
V- os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológicos, ecológicos e científicos.
Paragrafo1. O poder público, com a colaboração da comunidade, promoverá o patrimônio cultural brasileiro por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação”.
Mas ainda tinha um caráter de abrangência muito geral. Era necessário aprofundar mais os tópicos que versavam sobre o Patrimônio imaterial.
Os primeiros passos para uma formalização da cultura imaterial no que tange o instrumento legal foram dados apenas em 1997, com a realização do Seminário Patrimônio Imaterial: estratégias e formas de proteção, onde, foram discutidos os instrumentos legais e administrativos de preservação dos bens culturais de natureza imaterial.
Um ano depois, em 1998, foi instituída pelo Ministério da Cultura, a 
Comissão Interinstitucional para elaborar proposta de regulamentação do Registro do Patrimônio imaterial e o Grupo de Trabalho Patrimônio Imaterial (GTPI) para pesquisar dados sobre o assunto e assessorar esta comissão.
Em dois anos de atividade a Comissão elaborou uma metodologia voltada à produção de conhecimentos sobre bens culturais visando dar subsidios a formulação de políticas patrimoniais, denominado INRC – Inventario Nacional de Referencias Culturais.
Através do decreto n° 3.551 de 4 de agosto de 2000, foi instituído pelo Governo Federal o registro dos bens imaterial, com a intenção de preservar os elementos da cultura aos quais não se podia aplicar o tombamento antes direcionado apenas a cultura material. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) foi indicado como órgão responsável pela efetuação desses registros.
Ainda não existe um consenso sobre a expressão que melhor define o conjunto de bens culturais de natureza imaterial. Utilizam-se expressões como: patrimônio cultura intangível, patrimônio cultural imaterial, cultura tradicional e popular ou patrimônio oral. Aqui adotamos o segundo termo – patrimônio cultural imaterial por acreditar ser o que melhor define todas as formas tradicionais e populares de cultura transmitidas oralmente ou por gestos.
O Patrimônio Imaterial é um bem transmitido de geração em geração e constantemente recriado pelas comunidades e grupos em função de seu ambiente, de sua interação com a natureza e de sua história, gerando um sentimento de identidade e continuidade, contribuindo assim para promover o respeito à diversidade cultural e à criatividade humana
1.

Projeto ABHA



Projeto ABHA
Água, responsabilidade sócio-ambiental e desenvolvimento sustentável. São estas as principais preocupações do projeto A Água e o Berço do Homem Americano, um dos 36 projetos aprovados na segunda edição do Programa Petrobras Ambiental.
O ABHA objetiva melhorar a gestão dos recursos hídricos na região dos Parques Nacionais Serra da Capivara e Serra das Confusões (Território Berço do Homem Americano) para promover o aproveitamento dos recursos naturais, ecológicos, turísticos e culturais.
A Fundação Museu do Homem Americano e a Petrobras esperam ainda que o modelo de atuação resulte em uma alternativa aplicável futuramente a outros municípios, respeitadas as suas condicionantes geo-sócio-econômicas.
Linhas de Ação
  • Recuperação e conservação de reservatórios naturais de água;
  • Aumento da reserva de água potável nos períodos de grande estiagem;
  • Implementação da gestão integrada dos recursos hídricos;
  • Promoção de práticas do uso racional da água (educação ambiental);
  • Proteção das nascentes do rio Piauí;
  • Mapeamento dos sítios arqueológicos e paleontológicos existentes no Território Berço do Homem Americano;
  • Preservação e valorização dos vestígios arqueológicos do TBHA.
FONTE:

    Programa Petrobras Ambiental



    Em outubro de 2003, foi lançado o Programa Petrobras Ambiental com o tema “Água: corpos d’água doce e mar, incluindo sua biodiversidade”. Os projetos patrocinados por esse Programa fomentam a participação da sociedade ao desenvolverem ações compatíveis com a realidade ambiental brasileira e criam condições para incentivar a discussão sobre a questão na sociedade.
    O objetivo principal do Programa Petrobras Ambiental é desenvolver e apoiar iniciativas que busquem promover e conscientizar sobre o uso racional dos recursos hídricos; manter e recuperar as paisagens para o funcionamento do ciclo da água; e promover a gestão e conservação das espécies e ambientes marinhos ameaçados.
    O Programa Petrobras Ambiental é composto por quatro módulos:
    • Seleção Pública: A inclusão de novos projetos no Programa ocorre por meio de processo seletivo, com ampla participação da sociedade. As iniciativas contempladas estimulam a gestão sustentável da água, seu uso responsável e a preservação de espécies animais e vegetais, incentivando a participação da sociedade na defesa do meio ambiente.      
    • Projetos existentes: Alguns projetos já patrocinados antes do lançamento do Programa continuam a receber apoio da Petrobras por se ajustarem à nova política de patrocínio ambiental da Companhia.
    • Iniciativas locais: As ações de patrocínio das Unidades de Negócio da Companhia são adaptadas às diretrizes do Programa Petrobras Ambiental.
    • Voluntariado: As iniciativas desenvolvidas pela força de trabalho da Petrobras e subsidiárias têm por objetivo valorizar, estimular, orientar e apoiar o trabalho voluntário e aproxima-lo das ações na área ambiental.
    Fonte: Programa Petrobras Ambiental

    VISITAÇÃO DO PARQUE NACIONAL DA SERRA DA CAPIVARA



    Visitação
    ACESSOS
    O acesso se faz por carro, ônibus ou avião, pousando em Petrolina, Pernambuco, a 300 km ou pousando em Teresina, Piauí, a 540 km. Os deslocamentos desde Petrolina ou desde Teresina podem de feitos de carro ou de ônibus.
    PARQUE NACIONAL SERRA DA CAPIVARA
    Pode ser visitado durante todo o anoHorário: Das 6:00 às 18:00 horas.
    Os ingressos devem ser adquiridos até as 17:00 horas. 
    Ingresso: 
    R$ 22,00 - Brasileiros e estrangeiros residentes no Brasil pagam R$ 11,00 (50% de desconto)
    Maiores de 60 anos e menores de 12 anos não pagam ingresso.
    Solicitações de isenções para entrada de grupos de estudantes em atividades de educação ambiental e casos semelhantes devem ser solicitadas pelo e-mail parnaserradacapivara@icmbio.gov.br ou pelo fax (89) 3582-2085, com no mínimo 2 dias úteis de antecedência.
    O número de isenções concedidas por dia está limitado à capacidade de suporte do ambiente.
    Condutores: A presença de um condutor credenciado é obrigatória e cada um acompanha até 8 pessoas.
    A taxa cobrada pela diária é R$ 75,00 (setenta e cinco reais).
    INFRAESTRUTURA:
    Completa infraestrutura de acesso ao Parque Nacional, contando com:
    • Quatro acessos públicos, guardados por guaritas que dispõem além das comodidades necessárias para o agente, comunicação via rádio com a cidade (ICMBIO E FUMDHAM) e três deles preparados para pessoas com necessidades especiais;
    • 300 km de trilhas carroçáveis;
    • Mais de 100 km de trilhas para pedestres;
    •172 sítios arqueológicos preparados para a visitação com infraestrutura de acesso, passarelas, corrimão e placas indicativas;
    • Setas ao longo dos circuitos turísticos;
    • O Sítio Boqueirão da Pedra Furada com iluminação para visitação noturna;
    • Centro de Visitantes com auditório, exposição sobre a megafauna, loja de souvenires, lanchonete e toaletes;
    • Locais para descanso e piqueniques;
    • Um palco ao ar livre na Pedra Furada;
    • Uma oficina artesanal de cerâmica;
    • Onze entradas de serviço, com guaritas;
    • Reservas construídas para água pluvial, com capacidade estimada em 12 milhões de litros;
    Só é permitido tirar fotografias.

    MAPAS DA SERRA DA CAPIVARA: PARTE II

    Parque Nacional Serra da Capivara Circuito Turístico Desfiladeiro da Serra da Capivara
    FONTE:

    MAPAS DA SERRA DA CAPIVARA


    FORMAÇÃO GEOLÓGICA DO PARQUE NACIONAL DA SERRA DA CAPIVARA


    A história geológica da região do Parque Nacional Serra da Capivara começa ainda no pré-cambriano (570 milhões de anos atrás), sendo registrada na forma de rochas cristalinas (granitos e gnaisses) e mármores que compõe a faixa de dobramentos Riacho do Pontal. Hoje, essas rochas encontram-se principalmente na depressão localizada à frente da Serra da Capivara, onde o relevo é pouco acidentado e essas rochas “formam ilhas de relevo” chamadas de Inselbergs, no caso das rochas cristalinas e serrotes de calcário no caso dos mármores. Essas ilhas de formas curiosas representam resquícios do antigo relevo que existia na região e são testemunhos da capacidade de erosão da água ao longo do tempo geológico. Além de servir como referência na paisagem essas formas de relevo, notadamente os serrotes de calcário, são importantes na formação de abrigos como grutas e cavernas, onde são encontrados vestígios arqueológicos e paleontológicos.

    FONTE:

    PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL


    FIGURA: Colocação de "pingadeiras" para que a água da chuva não danifique as pinturas rupestres.

    Os sítios com pinturas rupestres do Parque Nacional Serra da Capivara, como toda obra de arte exposta ao ar livre, encontram-se em permanente processo de degradação.
    Em alguns sítios, determinados fatores naturais ou antrópicos agem, acelerando a degradação da rocha ou das pinturas. É preciso, então, encontrar meios de neutralizar a ação destes agentes destruidores para que se possa prolongar por muito tempo a vida destes insubstituíveis documentos pré-históricos.
    Os pigmentos das pinturas são elementos minerais, similares às rochas, por isso persistem até hoje. Só que estes elementos também passam por processos de degradação natural provocados, sobretudo, pela ação da água que, em geral, quando passa, arrasta parte dessas substâncias.
    Alguns insetos (vespas, marimbondos, cupins), microorganismos e vegetais também provocam a destruição de sítios com pinturas. Os insetos constroem ninhos muitas vezes sobre as pinturas. Esses ninhos são feitos com argila, restos vegetais e saliva animal. Com o passar do tempo esses ninhos petrificam e recobrem definitivamente painéis com pinturas.
    O problema mais intenso e mais grave de destruição, atinge o próprio suporte rochoso. A rocha é de tipo sedimentar formada de um arenito muito poroso e cimentada com uma matriz feldspática- quartzítica. Ela desagrega-se muito facilmente com a ação da água, vento e variações bruscas de temperatura, típicas de clima semi-árido: um sol escaldante ao meio-dia com temperaturas de até 48 graus e noites frescas com temperaturas variando entre 15-20 graus.
    O fogo também provoca o superaquecimento da rocha e, como conseqüência, o aparecimento de rachaduras que ocasionam futuras quedas de placas.
    As plantas, quando tocam a parede rochosa, também são prejudiciais à preservação dos sítios. Elas podem destruir a rocha através de substâncias químicas por elas produzidas como certas resinas ou, então, por reterem umidade e assim favorecerem o desenvolvimento de microorganismos (fungos, algas, bactérias, líquens). Além disso, o desenvolvimento das raízes no interior da rocha, provoca rachaduras, fazendo cair placas que têm pinturas.
    A vegetação baixa, de tipo capoeira, que se encontra em geral na entrada dos abrigos, é a maior responsável pelo alastramento de incêndios nos sítios. E, sobretudo, por aproximar o fogo das áreas com pintura. A ação do fogo além de provocar um superaquecimento da rocha, também recobre a superfície pintada com fumaça.
    O trabalho de proteção dos sítios de pinturas rupestres do Parque Nacional Serra da Capivara é feito em três etapas diferentes. O primeiro consta do levantamento e da identificação dos problemas de conservação presentes em cada sítio. Este trabalho é feito com a colaboração de diferentes especialistas (químicos, geólogos, microbiólogos, biólogos, botânicos). Cada sítio deve ser estudado separadamente, pois os tipos de problemas são muito específicos e próprios dos locais considerados. A segunda etapa é o trabalho de intervenção. Isto significa a realização de ações no sentido de neutralizar os agentes destruidores. A terceira etapa do trabalho de conservação é a pesquisa sistemática. Todas as ações realizadas são verificadas periódicamente para se avaliar os resultados obtidos. Estudos são feitos para complementar diagnósticos ou para solucionar novos problemas. Esses estudos são feitos por especialistas.
    Este trabalho de acompanhamento contínuo do avanço do estado de deterioração do Patrimônio Cultural do Parque Nacional Serra da Capivara deveria ser praticado idealmente para a totalidade dos sítios, todavia, do ponto de vista prático isso se torna, atualmente, inviável, em decorrência do grande número de sítios e dos altos custos. Portanto é feita uma seleção priorizando os que correm maior perigo.
    A situação dos sítios de arte rupestre do Parque Nacional Serra da Capivara seria bem diferente se não houvesse uma destruição acelerada do patrimônio natural. A preservação dos sítios com pinturas depende diretamente da preservação da fauna e flora da região. A maioria dos agentes causadores da destruição dos sítios é conseqüência de um desequílibrio ecológico com quebra da cadeia alimentar. O caso dos cupins ilustra bem esta situação. A caça desordenada de animais (tamanduá, tatu) que se alimentam de cupim fez com que houvesse um aumento considerável destes, que hoje constroem suas galerias sobre pinturas. Os desmatamentos e queimadas provocaram o desaparecimento de espécies nativas que protegiam a rocha da incidência solar e, hoje, em seu lugar, brotam apenas as plantas baixas, tipo capoeira.
    A Fundação Museu do Homem Americano promove, periódicamente, a vinda de grandes especialistas internacionais, para que analisem os principais problemas dos sítios rupestres. Este foi o último relatório, apresentado por pesquisadores do Ministério da Cultura, da França.

    FONTE:

    PRESERVAÇÃO DO PARQUE NACIONAL DA SERRA DA CAPIVARA



    FIGURA: Guarita BR-020 acesso turístico

    Os trabalhos de preservação do Parque Nacional e dos sítios arqueológicos consistem em um esforço conjunto entre a FUMDHAM, o Instituto Chico Mendes e o IPHAN.
    São os recursos captados graças à Lei Rouanet, doações permanentes da Petrobrás que permitem um trabalho constante. O Grupo Abengoa também fez uma doação em 2009. Há constribuições, esporádicas, do Ministério da Cultura e do Ministério do Meio Ambiente.
    Foram construídas 30 guaritas, sendo 9 de acesso turístico. Todas elas estão em constante comunicação via rádio, com a sede da fundação e com o Instituto Chico Mendes. Todas as guaritas estão sob a responsabilidade de funcionárias, que fazem o monitoramento das entradas e saídas dos turistas e, dos funcionários, nas estradas do Parque. Atualmente trabalham no Parque 110 funcionários, efetivos.

    A vigilância dos limites do Parque é feita por uma equipe de guardas do Instituto Chico Mendes, que percorrem as estradas e trilhas em busca de caçadores e pessoas não autorizadas. O problema mais grave para a preservação do Parque são os povoados e assentamentos vizinhos.  O costume de desmatar e queimar o terreno para plantar as roças, criação de gado solto e a caça e tráfico de animais silvestres são a maior causa de perda da biodiversidade e de sítios arqueológicos.
    Durante o período da seca, atua uma equipe de prevenção e combate à possíveis focos de incêndio no Parque e regiões do entorno .
    Para o manejo dos recursos hídricos, cisternas de alta capacidade foram construídas em locais estratégicos para captar água no período das chuvas e abastecer bebedouros e "caldeirões" naturais na época da seca. As formações rochosas contribuíram para a canalização da água que corre em grande volume sobre os paredões. Essa medida, foi tomada para minimizar os efeitos da desertificação e da destruição de parte do corredor ecológico entre o P.N. Serra da Capivara e o P.N. Serra das Confusões, sobre a fauna da região. Antes da colonização do território entre os dois Parques, nos meses de seca, todos os animais da Serra da Capivara migravam para a Serra das Confusões, então coberta por Mata Atlântica e onde os rios e lagos nunca secavam. Hoje, essa migração é impossível, o homem ocupou todo o território e os animais que saem do Parque, são mortos.

    FONTE:

    ESTILOS DE ARTE RUPESTRE



    O estilo Serra Branca apresenta figuras humanas com uma forma muito particular do corpo, o qual foi decorado por linhas verticais ou por traçados geométricos cuidadosamente executados. Geralmente, os animais são desenhados por uma linha de contorno aberta; alguns têm o corpo preenchido por tinta lisa, mas a maioria apresenta um preenchimento geométrico semelhante aos dos seres humanos.
    O complexo estilístico Serra Talhada é muito mais heterogêneo e possui diversas características classificatórias que não estão sempre presentes em todos os sítios pertencentes à classe, mas, quando uma falta, outra está representada.
    A classe caracteriza-se pelas séries de figuras humanas dispostas em linha e a utilização de várias cores (vermelho, branco, cinza, marrom, amarelo), sendo comuns as figuras bicromáticas ou tricromáticas.
    Aparecem também figuras com características gráficas muito peculiares; algumas delas são humanas e apresentam as extremidades exageradamente compridas. Há ainda figuras muitos pequenas. A técnica de pintura do corpo das figuras se diferencia: além da tinta lisa e dos traçados gráficos complexos, aparecem outros tipos, tais como pontos ou zonas reservadas.
    Os dados atualmente disponíveis permitiram propor uma explicação segundo a qual essa sucessão de estilos não representa diferentes unidades estilísticas perfeitamente distintas e segregáveis, mas sim, reflete uma evolução lenta e contínua que, durante cerca de 20.000 anos, introduziu micromodificações no estilo básico Serra da Capivara. Isso levou a um desenvolvimento em contínuo da subtradição Várzea Grande, sendo o complexo Serra Talhada resultado desse processo evolutivo que acumulou microdiferenças, as quais resultaram no estilo final Serra Branca.
    As datações obtidas e a análise da indústria lítica confirmam as conclusões as quais chegamos, graças ao estudo das pinturas e gravuras rupestres. A tradição Nordeste, evidente há 27.000 anos, parece desaparecer da região por volta de -7.000/-6.000 anos.
    Em certos sítios da bacia sedimentar Maranhão-Piauí, ao lado da tradição Nordeste, aparece a tradição Agreste desde 30.000 anos. Ela se caracteriza pela predominância de grafismos reconhecíveis, particularmente da classe das figuras humanas, sendo raros os animais. Nunca aparecem representações de objetos, nem de figuras fitomorfas. Os grafismos representando ações são raros e retratam unicamente caçadas. Ao contrário da tradição Nordeste, as figuras são representadas paradas: não há movimento nem dinamismo. Os grafismos puros, muito mais abundantes do que na tradição Nordeste, apresentam uma morfologia bem diferente e diversificada.
    A técnica de desenho e de pintura da tradição Agreste é de má qualidade, os desenhos são canhestros e não permitem, na maioria dos casos, a identificação das espécies animais. O tratamento da figura é limitado e de péssima feição.
    A repartição espacial da tradição Agreste é, grosso modo, a mesma da tradição Nordeste. Entretanto, há regiões do norte e centro do Piauí e do sudoeste de Pernambuco onde aparecem sítios com pinturas da tradição Agreste, mas nunca se encontraram pinturas Nordeste.
    Na área arqueológica do Parque Nacional, a tradição Agreste apresenta diversidades estilísticas manifestas que levaram, numa primeira instância analítica, a propor-se subclasses para essa região. Os estudos sobre essa tradição são, porém, ainda pouco desenvolvidos para que se possa ser mais preciso. Pode-se, entretanto, afirmar a existência de duas modalidades estilísticas que variam tanto na técnica utilizada como nas temáticas graficamente representadas. Uma classe incluiria as pinturas cujas características são as típicas dela: feitas de maneira grosseira, de grande tamanho, sem preocupação pela delineação da figura e com um preenchimento realizado negligentemente, mas cobrindo extensas superfícies. Outra modalidade da tradição Agreste que poderia constituir uma classe incluiria as figuras que são de menor tamanho, mas sempre maiores que as da tradição Nordeste, feitas com maior cuidado e com um preenchimento mais controlado, cuja tinta escorreu menos. Esta última, segundo os dados disponíveis, seria a mais antiga.
    Não se conhece até agora o foco de origem da tradição Agreste. Na área do Parque Nacional, ela se encontra associada a uma indústria lítica grosseira, de técnica pouco aprimorada, que utiliza como matéria-prima, prioritariamente, quartzo e quartzito.
    Até hoje, não foi realizada nenhuma escavação, apenas algumas sondagens em sítios pertencentes às outras tradições de registros rupestres da área. Desse modo, pouco podemos adiantar sobre elas além de uma descrição sumária

    PINTURAS RUPESTRES




    Pinturas Rupestres


    O número de sítios descobertos pelos pesquisadores da FUMDHAM aumenta anualmente. Em 2012, estão cadastrados 1.028 com arte rupestre, sendo 735 sítios com pinturas, 206 com pinturas e gravuras e 87 somente com gravuras.
    Escavações realizadas nos sítios com arte rupestre permitiram obter datações a partir de pedaços da parede pintada, que se destacaram e caíram no solo, ficando depois enterrados pelos sedimentos os quais aí se depositaram. Alguns desses blocos com pinturas foram encontrados ao lado de fogueiras pré-históricas cujos carvões puderam ser datados pela técnica do carbono 14. Um exemplo é a Toca do Boqueirão da Pedra Furada, onde rochas com pinturas foram encontradas em uma camada datada de 29.860 anos. Isso significa que essa é a idade mínima para a pintura e data o momento em que o bloco já estava no solo.
    Nas grutas existentes nos maciços calcários, vizinhos ao Parque Nacional, foram encontradas figuras pintadas cobertas por camadas de calcita. Essa calcita pode ser datada entre 33.000 e 35.000 anos para figuras da Toca da Bastiana.
    Os primeiros vestígios da presença do homem nessa região datam de 100.000 anos. Eles foram encontrados nas escavações da Toca do Boqueirão da Pedra Furada. A região era então completamente diferente: o planalto era coberto pela floresta amazônica e, na planície, o bioma era a mata atlântica. Havia muitos rios, flora e fauna eram diversificadas e muito ricas, o que permitia que os homens vivessem bem e se desenvolvessem.
    Os grupos étnicos que habitaram a região evoluíram culturalmente, e as pinturas rupestres constituem um testemunho dessa transformação. Pode-se observar a evolução dos registros gráficos rupestres mediante a identificação de mudanças nas técnicas de pintura ou de gravura empregadas, mas também nas variações dos temas e na maneira como eles são representados. Essas mudanças não são resultado do acaso, mas de uma transformação social gradativa que se manifesta em diferentes aspectos da vida dos grupos humanos, entre os quais está a prática gráfica.
    O costume de se exprimir graficamente é uma manifestação do sistema de comunicação social. Como tal, a representação gráfica é portadora de uma mensagem cujo significado só pode ser compreendido no contexto social no qual foi formulado. Trata-se de uma verdadeira linguagem, na qual o suporte material é composto por elementos icônicos, cuja completa significação perdeu-se definitivamente no tempo por não conhecermos o código social dos grupos que o fizeram. Não podendo decifrar esse código, resta uma possibilidade de se conhecer mais sobre os grupos étnicos da Pré-História através da identificação dos componentes do sistema gráfico próprio de cada grupo e de suas regras de funcionamento. Efetivamente, cada grupo étnico possui um sistema de comunicação gráfico diferente, com características próprias. Assim, mesmo que não possamos decifrar a sua significação, será possível identificar cada um dos conjuntos gráficos utilizados pelos diferentes grupos. Quando os conjuntos gráficos permitem o reconhecimento de figuras e de composições temáticas, existe também a possibilidade de identificar os elementos do mundo sensível que foram escolhidos para ser representados. Essa escolha é de fundo social, sendo também caracterizadora de cada grupo, pois oferece indicadores sobre os elementos do entorno e as temáticas que são valorizadas por cada sociedade.
    As pinturas e gravuras rupestres são então estudadas com a finalidade de poder caracterizar culturalmente as etnias pré-históricas que as realizaram, a partir da reconstituição de um procedimento gráfico de comunicação que faz parte dos respectivos sistemas de comunicação social. Numa segunda instância, esse estudo pretende ― quando o corpus gráfico em questão fornece os elementos essenciais de reconhecimento ― extrair os componentes do mundo sensível que foram escolhidos para fazer parte de tal sistema gráfico. Fica então excluída qualquer possibilidade de interpretação de significados, pois toda afirmação se situaria em um plano de natureza conjectural. Na perspectiva de estudo utilizada, entende-se que a cada tradição gráfica rupestre pode associar-se um grupo étnico particular, na medida em que se possa segregar conjuntamente outros componentes caracterizadores de natureza cultural, tais como uma indústria lítica tipificada, uma utilização própria do espaço ou formas específicas de enterramentos.
    Em razão da abundância de sítios e da diversificação de pinturas e gravuras, foi possível estabelecer uma classificação preliminar, dividindo-as em cinco tradições, das quais três são de pinturas e duas de gravuras.
    As tradições são estabelecidas pelos tipos de grafismos representados e pela proporção relativa que estes guardam entre si. Dentro das tradições, podem-se, às vezes, distinguir subtradições segundo critérios ligados a diferenças na representação gráfica de um mesmo tema e a distribuição geográfica. Para cada tradição ou, se for o caso, subtradição, é possível distinguir-se diferentes estilos que são estabelecidos a partir de particularidades as quais se manifestam no plano da técnica de manufatura gráfica e pelas características da apresentação gráfica da temática.
    Duas das tradições, a Nordeste e a Agreste, já puderam ser datadas graças aos resultados das escavações e sondagens.
    Na área do Parque Nacional, nos terrenos da bacia sedimentar, domina a tradição Nordeste de pintura rupestre. Ela é caracterizada pela presença de grafismos reconhecíveis (figuras humanas, animais, plantas e objetos) e de grafismos puros, os quais não podem ser identificados. Essas figuras são, muitas vezes, dispostas de modo a representar ações, cujo tema é, às vezes, reconhecível. Os grafismos puros, que não representam elementos conhecidos do mundo sensível, são nitidamente minoritários. As figuras humanas e os animais aparecem em proporções iguais e são mais numerosos que as representações de objetos e de figuras fitomorfas. Algumas representações humanas são apresentadas revestidas de atributos culturais, tais como enfeites de cabeça, objetos cerimoniais nas mãos, etc. As composições de grafismos representando ações ligadas sejam à vida de todos os dias, seja a cerimoniais são abundantes e constituem a especificidade da tradição Nordeste. Quatro temas principais aparecem nessa tradição: dança, práticas sexuais, caça e manifestações rituais em torno de uma árvore. São também frequentes as composições gráficas representando ações identificáveis, mas cujo tema não podemos reconhecer; um exemplo desse caso é uma composição na qual uma série de figuras humanas parecem dispostas umas sobre os ombros das outras formando uma pirâmide, que faz evocar uma representação acrobática. Outro tipo de composição gráfica identificada com frequência em todas as subtradições da tradição Nordeste é designada como composição emblemática. Trata-se de figuras dispostas de maneira típica, com posturas e gestos de pouca complexidade gráfica, mas que se repetem sistematicamente. Uma das composições emblemáticas dessa tradição representa duas figuras humanas, colocadas costa contra costa, frequentemente acompanhadas de um grafismo puro.
    Graças à abundância de sítios e à sua larga distribuição espacial e temporal, pudemos classificá-la em subtradições e estilos. Atualmente, conhecemos as subtradições Várzea Grande e Salitre, no sudeste do Piauí, e a subtradição Seridó, no Rio Grande do Norte.
    A subtradição Várzea Grande, a mais bem estudada e representada, está dividida em estilos que se sucedem no tempo: Serra da Capivara, o mais antigo, Complexo estilístico Serra Talhada e Serra Branca, estilo final na área de São Raimundo Nonato.
    O estilo Serra da Capivara apresenta grafismos cujos contornos são completamente fechados, desenhados por traços contínuos e uma boa técnica gráfica. Na maioria das vezes, sobretudo quando o tamanho permite, as figuras são pintadas inteiramente com tinta lisa. As representações humanas são pequenas, geralmente menores que as figuras animais. Estas últimas são, em geral, colocadas em um local visível e dominam o conjunto das composições; a cor predominante é o vermelho.

    FONTE:


    SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS



    Um sítio arqueológico é um local no qual homens deixaram algum vestígio de suas atividades: uma ferramenta de pedra, uma fogueira na qual assaram sua comida, uma pintura, uma sepultura ou a simples marca de seus passos.
    Na região do Parque Nacional, atualmente estão cadastrados 1.334 sítios, dos quais 1.028 com arte rupestre, sendo 735 sítios com pinturas, 206 com pinturas e gravuras e 87 somente com gravuras, 306 sítios são aldeias, oficinas líticas e alguns são já do período histórico. Esses números não são definitivos, pois continuamente são descobertos novos sítios no Parque Nacional e seu entorno.
    Os sítios arqueológicos se diferenciam de acordo com o uso que os homens pré-históricos fizeram do local. Cada local pode corresponder a uma função, mas há casos, como as aldeias, onde vários tipos de atividades foram praticadas. Em uma aldeia, vive-se o que significa lugares para dormir, para cozinhar, para descansar, brincar, fabricar armas, utensílios, trabalhar a pedra, o barro para fazer cerâmica, a madeira. Todos esses trabalhos produzem vestígios que caem no solo e vão sendo, aos poucos, cobertos por sedimentos.
    Assim sendo, os vestígios mais antigos são os que estão mais no fundo, pois, à medida que avança o tempo, novos vestígios caem, novas camadas de sedimento se formam e o sítio vai apresentando uma maior espessura de camadas arqueológicas.
    Quando o arqueólogo começa a trabalhar, faz o inverso: com seu pincel e sua pequena colher de pedreiro, ele vai tirando os sedimentos e deixando no local os vestígios. Quando tira os sedimentos de uma camada, numera, registra, fotografa e retira os vestígios, passando então para a camada logo abaixo. Assim, ele vai do mais recente para o mais antigo.
    Em geral, os sítios formam concentrações espaciais, pois correspondem a um povo, a uma cultura, que explorava um território dado, deixando nele suas marcas.
    A pesquisa arqueológica começa pela prospecção, que corresponde à fase na qual os pesquisadores procuram encontrar vestígios que permitam o reconhecimento dos sítios. A seguir, passa-se à fase de documentação, em que se faz o levantamento topográfico do sítio, isto é, seu mapa no estado em que foi descoberto. Se há pinturas ou gravuras, elas são fotografadas e posicionadas no espaço do sítio. Em seguida, é dado início às escavações, única maneira de obter amostras para datar os achados e definir quais os povos que deixaram os vestígios encontrados.

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